Os esportes de combate são
representados nos Jogos Olímpicos pelas modalidades: luta olímpica, judô, boxe,
taekwondo e esgrima. E a partir de 2020, em Tóquio, teremos a estréia do
karate.
Conceitualmente podemos classificar
os esportes de combate (EC) em percussão, domínio e misto. Os EC de percussão
tem como principal objetivo o toque por ações como socos e / ou chutes, caso do
boxe, taekwondo e karate; ou toque por implementos como, a esgrima. Nos EC de
domínio, a principal ação é o agarre, com técnicas de projeção, imobilização e
chaves, caso da luta olímpica e judô. Enquanto que os EC mistos utilizam
técnicas de percussão e domínio, caso do mixed
martial arts, que não é esporte olímpico.
Dentre as diversos fatores
que podem afetar o rendimento esportivo, sem dúvida a compreensão da
biomecânica é uma importante variável de estudo. Ao identificar o comportamento
neuromuscular em técnicas específicas da modalidade, o atleta / técnico podem otimizar
a melhor estratégia motora a ser utilizada. Uma melhor estratégia técnica e
tática são diferenciais em situações competitivas.
Para EC de percussão, as
variáveis de potência, velocidade e impacto são fundamentais para a aquisição
de pontos na modalidade. A potência muscular se manifesta principalmente na
aplicação de golpes. Algumas modalidades que tem por característica o semi contato
otimizam a velocidade de golpes, enquanto que modalidades de contato necessitam
de elevados valores de impacto.
Nos EC de domínio, sabemos que
as principais variáveis associadas ao rendimento esportivo são potência e
força, especialmente pela necessidade de técnicas de agarre. As técnicas de
projeção requerem a combinação de força máxima e resistência de força para a
manutenção da pegada e potência para o arranque. As técnicas de imobilização,
chaves e estrangulamentos (técnicas utilizadas no judô) requerem elevadas
demandas de força isométrica e dinâmica.
Dentro deste contexto, a
biomecânica pode analisar o padrão de equilíbrio empregado ao executar as
técnicas de percussão e domínio, para melhor estruturar a situação de luta;
compreender a estruturação de estratégias motoras, como ocorre o recrutamento
muscular, bem como a cinemática dos golpes empregados em situação de luta são
indispensáveis para a organização da correção da técnica para garantir a
efetividade do treinamento.
A prevenção de lesões pode
ser estudada pela análise de diferentes técnicas de projeção em EC de domínio,
bem como o impacto e velocidade de golpes em EC de percussão. Ou até mesmo a
análise de impacto em diferentes tipos de tatames ou a efetividade na
utilização de protetores.
Atualmente, muitos atletas
utilizam cotidianamente a análise cinemática para correção técnica, com
recursos simples como câmeras com filmagem de 60 ou 120 frames. No entanto,
ainda precisamos de uma maior aproximação entre ciências do esporte e a prática
cotidiana.
Oss!
Profa. MSc Keith Sato Urbinati
2 Dan Karate
Grupo de Estudos em
Neuromecânica (GEN)
Pontifícia
Universidade Católica do Paraná (PUCPR)
Nenhum comentário:
Postar um comentário