Fortemente influenciada pelo ballet clássico, a GR combina a
execução de movimentos corporais como saltos, giros e equilíbrios, com o manejo
de aparelhos, sempre acompanhado por estímulo musical. Uma destacada
particularidade da GR é a grande amplitude nos movimentos realizados pelas
atletas. A flexibilidade é uma capacidade física que proporciona graciosidade e
maior dificuldade aos elementos corporais desta modalidade. Junto da
flexibilidade, a força, a agilidade, o equilíbrio e a coordenação são
capacidades imprescindíveis para se alcançar o ponto central da modalidade, que
são movimentos rápidos e precisos.
Sem representantes em 2012, na edição Rio2016, o Brasil
conseguiu classificação para as disputas individuais e de conjunto. A capixaba
Natália Gaudio quebra o período de 24 anos sem representação brasileira nas
provas individuais. No conjunto, as atletas Emanuelle Lima, Francielly Machado,
Gabrielle Moraes, Jéssica Maier e Morgana Gmach buscam classificação para as
finais. As grandes favoritas para a conquista de medalhas são as ginastas
russas, tanto nas competições individuais, quanto no conjunto. Entretanto,
outras nações do leste e sudeste europeu, como Bulgária, Bielorússia e Ucrânia,
estão na disputa por um lugar no pódium. Nas disputas de conjunto, além dos
países citados, Itália e Espanha também prometem deixar a competição acirrada.
Apesar do código de pontuação da modalidade exigir o
conhecimento das bases biomecânicas dos movimentos, como planos e eixos, para
avaliar os movimentos da modalidade, avaliações biomecânica tem se inserido aos
poucos no esporte. Por ser uma modalidade que possui uma rotina de treinos
bastante volumosa, a tendência está no entendimento das adaptações orgânicas
geradas pelos treinamentos. Em competições podemos observar atletas sustentar
posições com movimentos, de tronco ou membros, em angulações que excedem a
normalidade e, ao mesmo tempo, acompanhamos tais atletas, que possuem com corpos
magros, realizarem sucessivos saltos que exigem elevados nível de potência
muscular. O que nos faz pensar em como se comportam as relações musculares de
força X comprimento e força X velocidade nessas atletas.
Pesquisas tem sido desenvolvidas para entender a adaptação
das ginastas em relação à arquitetura muscular, capacidade de produção de força
e outros pontos relacionadas à neuromecânica muscular. Embora esses estudos requisitem
sistemas avançados, outro ramo da biomecânica que vem sendo largamente utilizado
na busca por mais precisão nos movimentos das atletas, a cinemetria. Embora de
forma menos precisa, a evolução da tecnologia permite que hoje, utilizando smartphones e aplicativos específicos, treinadores
e atletas consigam avaliar os movimentos realizados durante a rotina de
treinamentos de forma quase instantânea, corrigindo eventuais erros. Dessa
forma, embora tenhamos poucas pesquisas publicadas que envolvam a biomecânica e
a GR, podemos perceber que os princípios a biomecânica tem contribuído pela
evolução da modalidade.
Prof. Me. Anderson Simas Frutuoso
Universidade
do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Membro
do Grupo de Pesquisas em Biodinâmica – GPBIO (UFSC)
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