segunda-feira, 12 de setembro de 2016

BIOMECÂNICA NOS JOGOS PARALÍMPICOS | ATLETISMO PARALÍMPICO




No dia 08 de setembro iniciam as provas da modalidade que mais obteve medalhas em Jogos Paralímpicos, o Atletismo. Ao total nossos atletas conquistaram 109 medalhas (32 ouros, 47 pratas e 30 bronzes), e neste ano 61 atletas farão parte da delegação. Nesta edição dos jogos a expectativa do Comitê Paralímpico Brasileiro é a conquista de 11 a 14 medalhas de ouro, o que poderia colocar o Brasil na 5a colocação geral no quadro de medalhas. A participação dos atletas se dá em provas de campo (Field), que envolvem as provas de arremessos, lançamentos e saltos e de Pista (Track) com as provas de velocidade e fundo.
Os atletas são divididos em classes de acordo com a deficiência. As classes para as provas de pista são: F11 a F13 (pessoa com deficiência visual), F20 (pessoas com deficiência intelectual), F31 a F38 (pessoas com paralisia cerebral, sendo de 31 a 34 para cadeirantes e de 35 a 38 para ambulantes), F40 (anões), F41 a F46 (amputados e outros), F51 a F58 (cadeirantes com sequelas de poliomielite, lesões medulares e amputações). Já as provas de pista possuem as seguintes classificações: T11 a T13 (pessoa com deficiência visual), T20 (essoas com deficiência intelectual), T31 a T38 (pessoas com paralisia cerebral, sendo de 31 a 34 para cadeirantes e do 35 a 38 para ambulantes), T41 a T46 (amputados e outros (les autres) e T51 a T54 (cadeirantes com sequelas de poliomielite, lesões medulares e amputações).
Será muito comum observar os atletas utilizando próteses e cadeiras de rodas durante as competições. A evolução desses equipamentos é constante e a biomecânica em muito tem colaborado para isso. Enquanto o desenvolvimento de materiais leves reduzem o custo energético da locomoção, a criação de próteses flexíveis, como as J-shaped facilitam o aproveitamento da energia elástica. Talvez o grande desafio da aplicação da biomecânica do atletismo paralímpico esteja na adequação dos conhecimentos gerados a partir de atletas sem deficiências, associados a soluções de problemas práticos e específicos de cada atleta.
Ao contrário do atletismo olímpico, no paralímpico temos muitos favoritos a medalha de ouro. Eu destacaria no masculino o atleta Lucas Prado (T11), especialista em provas de 100, 200 e 400m rasos e Yohansson Nascimento (T46) que foi ouro nos 200m e prata nos 400m em Londres-2012. Não poderia deixar de citar o atleta do salto em altura Flávio Reitz. O referido atleta tem grandes chances de subir ao pódio, sendo que no último ano teve sua evolução física monitorada pelo Laboratório de Biomecânica da UFSC. No feminino os destaques são Teresinha Guilhermina (T1 ou T2) medalhista de ouro nas provas de 100 e 200m em Londres-2012 e Silvania Costa de Oliveira (T11), medalhista de ouro no salto em distância disputado em 2015 em Doha (Qatar). Agora é torcer pelos nossos atletas!

MSc. Mateus Rossato
Professor da FEFF/UFAM e doutorando no PPGEF do CDS/UFSC.



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